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Editorial

Prezados associados,

De 25 e 27 de Outubro vão-se realizar as comemorações do 10º aniversário da nossa associação, nos Açores, Ilha Terceira, berço da associação. À data desta newsletter, já se encontram inscritos perto de 100 participantes, número que excedeu as nossas melhores espectativas.

Inserido nas comemorações, irá realizar-se a 7ª edição do dia de campo, onde teremos a oportunidade de conhecer a realidade dos criadores açoreanos, partilhar conhecimento, conviver, e, quiçá, fazer negócio.

Cumprimentos a todos os criadores e participantes.
A Direcção

Livro Genealógico

Apresentamos na seguinte tabela os dados acumulados de inscrições no Livro Genealógico Português da Raça Bovina Aberdeen-Angus durante o primeiro semestre do corrente ano.

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Informações


  • A Avaliação Genética BREEDPLAN para o mês de Setembro encontra-se disponível no site da Aberdeen-Angus Portugal, em http://www.aberdeen-angus.pt/breedplan-dados-online/. Nesta página poderá pesquisar os valores de EBV’s de um animal procurando pelo nome, identificação ou número de registo no Livro Genealógico; pesquisar animais com base nos valores de EBV’s; encontrar criadores aderentes do Livro Genealógico pelo nome, prefixo, número de criador ou região; aceder aos relatórios de avaliação mensal, relatório de avaliação dos toiros, personalizar procuras e emparelhamentos e descarregar a lista com o sumário da avaliação genética dos toiros utilizados.

Artigos Técnicos

BreedPlan

Tal como na newsletter anterior, continuaremos a análise dos parâmetros avaliadas no BreedPlan, descrevendo nesta edição as características relacionadas com o peso e crescimento dos animais. Relembramos que os valores são apresentados em EBV’s, ou seja, expressam a diferença entre o potencial genético de um determinado animal e a base genética com a qual ele é comparado.

  • Birth Weight – Peso ao Nascimento – expresso em kg, os EBV’s são estimativas de diferenças genéticas no peso ao nascimento. Quanto mais baixo for o valor de EBV menos pesado deverá ser o vitelo ao nascimento. O peso ao nascimento é o factor que mais influencia a dificuldade de parto em primíparas, sendo preferíveis os pesos ligeiros e moderados.

Exemplo: é expectável que um touro com um EBV para o Birth Weight de +6 produza vitelos mais pesados em média 3kg que um touro com um EBV para o Birth Weight de 0 (a diferença entre os dois é de 6% de EBV, mas apenas metade provém da influência paterna).

O BreedPlan apresenta três índices relacionados com o potencial genético de crescimento: Peso aos 200, 400 e 600 dias.

  • 200 Day Weight – Peso aos 200 dias – os EBV’s são estimativas de diferenças genéticas entre o peso vivo de animais aos 200 dias de idade, decorrentes do seu potencial genético de crescimento. O cálculo é feito tendo em consideração os pesos dos vitelos entre os 80 e os 300 dias de idade, o valor é expresso em kg e ajustado aos 200 dias. É um indicador de crescimento entre o nascimento e o desmame. Valores mais elevados são mais favoráveis. Trata-se de um indicador de grande relevância para criadores cujo objectivo seja vender animais ao desmame.

Exemplo: Um touro com um valor de EBV para o Peso aos 200 dias de +30, é expectável que origine vitelos em média mais pesados 10kg que um touro com um EBV de + 10.


  • 400 Day Weight – Peso aos 400 dias – os EBV’s são estimativas de diferenças genéticas entre o peso vivo de animais aos 400 dias de idade. O cálculo é feito tendo em consideração os pesos dos vitelos entre os 301 e os 500 dias de idade, o valor é expresso em kg e ajustado aos 400 dias. Valores mais elevados são mais favoráveis. Trata-se de um indicador de grande relevância para criadores cujo objectivo seja produzir carcaças intermédias.

Exemplo: Um touro com um valor de EBV para o Peso aos 400 dias de +20, é expectável que origine vitelos em média mais pesados 10kg que um touro com um EBV de 0.

  • 600 Day Weight – Peso aos 600 dias – os EBV’s são estimativas de diferenças genéticas entre o peso vivo de animais aos 600 dias de idade. O cálculo é feito tendo em consideração os pesos dos vitelos entre os 501 e os 900 dias de idade, o valor é expresso em kg e ajustado aos 600 dias. Valores mais elevados são mais favoráveis. Trata-se de um indicador de grande relevância para criadores cujo objectivo seja produzir carcaças pesadas de animais entre os 18 e os 20 meses.

Exemplo: Um touro com um valor de EBV para o Peso aos 600 dias de +60, é expectável que origine vitelos em média mais pesados 20kg que um touro com um EBV de +20.

  • Mature Cow Weight – Peso da Vaca Adulta – os EBV’s são estimativas de diferenças genéticas entre o peso vivo de vacas com 5 anos de idade. Os valores são apresentados em kg e o cálculo é feito tendo em consideração o peso das vacas quando os seus vitelos são pesados para o cálculo do peso aos 200 dias. Este valor é um indicador de:
  1. Crescimento na fase adulta;
  2. Necessidades alimentares da vaca – regra geral, vacas mais leves tendem a comer menos e, consequentemente, a ter menores necessidades alimentares, sendo menos dispendiosa a sua manutenção.
  3. Valor de Refugo – a característica mais relevante na definição do valor de refugo de uma vaca é o seu peso vivo. Consequentemente, vacas mais pesadas, representam um maior valor ao refugo.
Exemplo: É expectável que uma vaca com um EBV de Mature Cow Weight de +80 kg apresente um peso adulto superior em 30 kg, do que uma vaca com um EBV de +20 para esta característica.

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Aborto
Causas frequentes, sinais clínicos e prevenção

A manutenção da gestação e a eficiente taxa de natalidade estão diretamente relacionadas com bons índices reprodutivos nas vacadas. Inúmeras causas, infeciosas e não infeciosas (de origem nutricional ou genética, por exemplo) podem estar relacionadas com perdas gestacionais durante o desenvolvimento embrionário e fetal dos bovinos.

Embora uma pequena percentagem de abortos (inferior a 3%) seja aceitável num efetivo, considera-se importante a investigação da causa dos mesmos, sempre que possível, de forma a possibilitar a prevenção deste tipo de cenários. (ref. 1)

O aborto é o sinal clínico mais evidente de algumas doenças presentes numa exploração, sendo o seu impacto muitas vezes subestimado, principalmente porque nem sempre são visualizados os produtos do aborto. (ref. 2) Devido a isto, a etiologia - vulgo causa, nem sempre é conhecida, estimando-se que apenas 40% dos abortos, ou menos, sejam passíveis de um diagnóstico definitivo. (ref. 3)

Desta forma, a abordagem à temática dos abortos deverá ser sistemática, incluindo-se a história, o exame clínico da fêmea, o exame do feto e membranas fetais, a colheita de amostras para análise laboratorial e a interpretação dos resultados.2 A colheita de amostras de sangue a alguns membros do efetivo, escrupulosamente selecionados pelo Médico Veterinário assistente deverá, sempre que possível, ser efetuada. Isto permitirá que se possa proceder à análise sorológica do efetivo – dado que os títulos de anticorpos e a sua comparação entre vacas abortadas e não abortadas e entre o momento do aborto e 15 dias depois, poderão ser uma útil forma de diagnóstico. (ref. 3)

A idade gestacional do feto abortado é uma informação crucial para o auxílio do diagnóstico e, caso não se saiba a data da cobrição/inseminação, poderá utilizar-se uma formula (ref. 1), que possibilitará estimar a idade do mesmo:



Idade gestacional (dias) = 2,5 x (comprimento do feto + 21)

Comprimento em cm da coroa da cabeça até ao ânus.

Será igualmente importante pesar o nado-morto, pois possibilitará explorar causas como a desproporção feto-materna. (ref. 1)

Segue-se uma descrição sucinta de algumas das principais causas de abortos em bovinos:

Neosporose

Trata-se de uma doença parasitária, originada pelo protozoário Neospora caninum e é considerada uma das principais causas de aborto, principalmente entre o 5º e o 6º mês de gestação. (ref. 3)

Os parasitas são excretados nas fezes dos canídeos, que contaminam o alimento ou a água e são ingeridos pelas vacas (hospedeiro intermediário). Embora não ocorra transmissão vaca a vaca, existe transmissão vertical, isto é, de mães para filhas.

O ciclo de vida do protozoário necessita de dois hospedeiros, cujo definitivo é o cão, que se infecta ao consumir tecidos parasitados, provenientes de hospedeiros intermediários, como os bovinos. Estes, por sua vez, infetam-se ao consumir alimentos contaminados pelas fezes dos cães, tal como descrito anteriormente. (ref. 2) A forma como os cães se infetam ainda não está bem esclarecida, mas aceita-se que seja aquando da ingestão de placentas e produtos de abortos.
(ref. 3)

Atualmente, não existe nenhum tratamento ou vacina 100% eficaz para esta parasitose, devendo a prevenção passar pela adoção de medidas biossegurança. Nestas medidas está incluída: a limitação do acesso de carnívoros a tecidos infetados (como placentas e fetos abortados);
a remoção de fetos, crias mortas e placentas e o controlo do acesso de gatos e cães às explorações. (ref. 2)





Leptospirose

É uma das causas mais frequentes de abortos em todo o Mundo e é uma zoonose de distribuição global. Este tipo de bactérias circula com facilidade nos efetivos, sendo a seroprevalência bastante alta. Além dos abortos (normalmente na segunda metade da gestação), esta doença tem impacto na fertilidade e pode gerar surtos de mortalidade, principalmente nos jovens. Os bezerros filhos de vacas infetadas podem nascer vivos, mas morrem pouco tempo depois, devido a debilidade. Na maioria das vezes, ocorre concomitantemente retenção placentária. (ref. 3)

Os roedores e lagomorfos selvagens são comummente a forma de entrada da doença nas explorações de bovinos. Após a sua entrada os animais infetam-se quando contactam com pastos e águas contaminadas com urina ou corrimentos genitais de animais infetados ou que sejam portadores. Os recém-nascidos infetados, podem excretar os agentes na urina durante meses (até 3 meses) e os touros, quando portadores, transmitem a doença às fêmeas que beneficiam, através do seu sémen.

Em casos agudos recomenda-se o tratamento de todo o efetivo com antibiótico e a mudança de pastagem de modo a reduzir a pressão de infeção. O controlo da doença poderá fazer-se através da vacinação do efetivo e da implementação de apertadas medidas de biossegurança. (ref. 3)





Clamidiose

Causada por bactérias da família Chlamydiaceae, surge na maioria das vezes sob a forma epizoótica, ocorrendo variados abortos no último terço da gestação e nado-mortos. Bezerros filhos de vacas infetadas têm geralmente pouca viabilidade, não sobrevivendo muito tempo.
(ref. 3)

A transmissão destes agentes ocorre de forma fecal-oral ou venérea, sendo que touros infetados podem excretar uma grande quantidade de bactérias. (ref. 3)

O tratamento poderá passar pela utilização de antibióticos e o controlo e prevenção pela diminuição da densidade, melhoria das condições de higiene, redução de situações de stress e manutenção de uma alimentação de qualidade. A vacinação tem um papel importante na incidência de abortos, mas muito provavelmente terá pouca eficácia no controlo da infertilidade ou na eliminação do agente. (ref. 3)
_____
Como é percetível, esta temática é demasiado complexa e abrangente, sendo o objetivo a sensibilização dos criadores para a importância da investigação da causa de abortos, de forma a possibilitar uma correta atuação, tanto no controlo, como na prevenção. Estas medidas deverão ser planeadas em colaboração com o Médicos Veterinários assistente de cada exploração, este que saberá conduzir o processo de diagnóstico e auxiliará na implementação de medidas de prevenção, como a biossegurança e a profilaxia (onde se poderá incluir a vacinação).

Por João Diogo Ferreira
Médico Veterinário
Conselho Técnico e Consultivo da AAP




Quadro 1 – Outras causas de aborto Bovino
(adaptado de Stilwell, 2013)

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Referências Bibliográficas:
(ref. 1) - Caldow, G. & Gray, D. (2004). Fetal loss. In A. H. Andrews, R. W. Blowey, H. Boyd & R. G. Eddy, Bovine medicine diseases and husbandry of cattle, (2nd ed.). (pp. 577- 589). Oxford: Blackwell Science.

(ref. 2) – Fortunato, M. (2010) Estudo retrospectivo de Neospora caninum como causa de aborto numa exploração de bovinos de leite da região da Moita do Ribatejo. Lisboa: Faculdade de Medicina Veterinária – Universidade de Lisboa

(ref. 3) – Stilwell, G. (2013) Clínica de Bovinos. 1a Edição (pp 219 - 232). Portugal: Publicações Ciência e Vida, Lda.

Actualidade

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II Concurso Ibérico da Raça Aberdeen-Angus


O II Concurso Ibérico da Raça Aberdeen-Angus decorreu no dia 1 de Setembro, integrado na Expomor, e contou com o apoio da Priefert, ProbiFarmer, Nanta, Lusogenes e Semex.

Perante uma numerosa assistência, foram apresentados em pista 34 animais das explorações Agropecuária Herdade das Silveiras, António Manuel Torres Alfacinha, MVE – Serviços Médico Veterinários, Bússola Target, Herdade do Sobral e José Francisco Figueira Lampreia, tendo sido apurados os três primeiros classificados de cada uma das seis classes a concurso, Campeão Fêmea, Campeão Macho, Campeão dos Campeões e Melhor Criador.

Julgou o concurso Aidan Moloney, juiz irlandês com vasta experiência e que saudou os criadores portugueses pela qualidade dos animais apresentados. Criador de Angus desde 1987 tem actualmente uma exploração com 20 vacas de raça Aberdeen-Angus, sendo também criador de cavalos. Desempenhou diversas funções directivas na Irish Angus Cattle Society da qual foi eleito Presidente em 2001, o mais jovem a alguma vez desempenhar o cargo. Ao longo dos anos tem julgado vários concursos regionais incluindo, por duas vezes, o Concurso Nacional. Em 2017 foi juiz do All Ireland Supreme Breed and RDS Show Champion, na feira de Strokestown, num certame comemorativo dos cinquenta anos da Irish Angus Cattle Society.

Sagrou-se Campeão dos Campeões a novilha vencedora da Classe de fêmeas dos 14 aos 24 meses, de nome Zambujal Red Fox K8836, uma filha do touro RW Red Pablo G6316 oriunda da exploração de António Manuel Torres Alfacinha. O título de Campeão do Campeões foi disputado com o touro HS Invasor I0090, vencedor da Classe de machos de mais de 24 meses e Campeão Macho, oriundo da exploração Agropecuária Herdade das Silveiras SA.

O título de Melhor Criador foi conquistado por António Manuel Torres Alfacinha.
A Aberdeen-Angus Portugal felicita todos os criadores presentes, agradece às empresas que apoiaram o concurso, possibilitando o seu sucesso e espera contar com todos na III edição deste certame em 2020.



Resultados do II Concurso Ibérico
da Raça Aberdeen-Angus



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mercosul

Acordo União Europeia - Mercosul

No passado dia 28 de Junho foi assinado um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, culminando duas décadas de negociações entre os dois blocos e suscitando reacções distintas entre os responsáveis do sector agrícola europeu.

O Mercosul (Mercado Comum do Sul) é a mais abrangente iniciativa de integração regional da América Latina, surgida no contexto da redemocratização e reaproximação dos países da região ao final da década de 80 e que atravessa actualmente um processo acelerado de fortalecimento económico, comercial e institucional. Os membros fundadores do Mercosul são o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai. A Venezuela aderiu ao Bloco em 2012, mas está suspensa desde Dezembro de 2016, e a Bolívia tem o estatuto de Estado Associado em processo de adesão.

O Mercosul configura actualmente uma união aduaneira com livre circulação interna de bens, serviços e factores produtivos e uma Tarifa Externa Comum (TEC) no comércio com terceiros países. A agenda do MERCOSUL foi paulatinamente ampliada, passando a incluir temas políticos, de direitos humanos, sociais e de cidadania.

Os membros fundadores (Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai) e a Venezuela abrangem, aproximadamente, 72% do território da América do Sul (12,8 milhões de km3, equivalente a três vezes a área da União Europeia); 69,5% da população sul-americana (288,5 milhões de habitantes) e 76,2% do PIB da América do Sul (valores de 2016). Se considerado no seu conjunto o Mercosul é a quinta maior economia do mundo.

Segundo fonte oficial da União Europeia o acordo assinado permitirá consolidar uma parceria política e económica e criará oportunidades significativas para o crescimento sustentável de ambos os lados, respeitando o meio ambiente e preservando os interesses dos consumidores da UE e de sectores económicos mais sensíveis. O acordo cobrirá uma população de 780 milhões de pessoas e eliminará a maior parte das tarifas sobre as exportações da UE para a Mercosul, o que tornará as empresas da UE mais competitivas ao poupar-lhes 4 000 milhões de euros em impostos por ano, ajudando a impulsionar as exportações de produtos da UE que até agora têm enfrentado tarifas elevadas e por vezes proibitivas. Estes incluem automóveis (tarifa de 35%), autopeças (14-18%), maquinaria (14-20%), produtos químicos (até 18%), produtos farmacêuticos (até 14%), roupas e calçado (35%) ou tecidos de malha (26%). Os países do Mercosul também implementarão garantias legais para proteger contra a imitação 357 produtos alimentares europeus e bebidas de alta qualidade reconhecidas como denominações de origem. O sector agro-alimentar da UE beneficiará da redução das elevadas tarifas do Mercosul sobre os produtos de exportação da UE: chocolates e confeitaria (20%), vinhos (27%), licores (20 a 35%) e refrigerantes (20 a 35%). O acordo também proporcionará acesso isento de impostos sujeito a cotas para produtos lácteos da UE (actualmente tarifa de 28%), especialmente para queijos, respeita os mais altos padrões de segurança alimentar e protecção ao consumidor e contém compromissos específicos sobre direitos dos trabalhadores e protecção ambiental, incluindo a implementação do Acordo de Paris sobre as alterações climáticas.

No entanto, muitos responsáveis de organizações agrícolas, nomeadamente representantes de associações pecuárias, têm manifestado grande preocupação com as eventuais consequências deste acordo para os agricultores europeus, temendo que, uma vez mais o sector agrícola seja usado como moeda de troca numa negociação que parece beneficiar principalmente o sector industrial europeu.

Jean Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, não teve dúvidas em classificar a assinatura do acordo como um “momento histórico”, opinião partilhada por Jair Bolsonaro, presidente do Brasil e Luís Planas, Ministro da Agricultura de Espanha, considerou o acordo globalmente positivo para os interesses do agro-alimentar espanhol, podendo ajudar a potenciar as exportações. A Comissária do Comércio Cecilia Malström preferiu evidenciar as enormes oportunidades para a União Europeia, os seus cidadãos e as suas empresas, de um mercado de 780 milhões de pessoas, enquanto o Comissário da Agricultura, Phil Hogan, considerou o acordo como justo e equilibrado, e garantiu que os produtos com denominação protegida terão a protecção adequada nos países do Mercosul, permitindo a consolidação da posição no mercado e aumentando as oportunidades de exportação. Em sentido contrário, os bovinicultores da Irlanda, França, Bélgica e Polónia manifestaram grande preocupação, considerando que o acordo irá aumentar a quantidade de carne que os países do Mercosul podem enviar para a Europa sem taxas aduaneiras, tendo mesmo sido enviada uma carta à Comissão Europeia alertando para a ameaça que este acordo representa para um sector já se si frágil como o dos bovinos de carne.

A COPA-COGECA (organização representante dos agricultores europeus) acusou a Comissão Europeia de admitir uma política de dois pesos e duas medidas para os produtores europeus e sul-americanos, tornando público o seu descontentamento face às “substanciais concessões” admitidas pela União Europeia nas negociações agrícolas com o Mercosul anunciadas, considerando que a enorme diferença entre os padrões de produção exigidos aos Estados-Membros da União Europeia e aos membros do bloco económico da América do Sul vão promover uma política de dois pesos e duas medidas. O secretário-geral da COPA-COGECA, Pekka Pesonen realçou que “é difícil aceitar que, apenas algumas semanas após as eleições europeias a Comissão, que se encontra de saída, assine acordos que vão promover a duplicidade de critérios na política comercial e aumentar o fosso entre o que é pedido aos agricultores europeus e o que é tolerado aos produtores do Mercosul” reiterando que “em causa não estão apenas riscos económicos, mas também sociais e ambientais”.

Também os produtores nacionais fizeram ouvir as suas preocupações sobre o acordo. A FENAPECUÁRIA demonstra-se profundamente preocupada com as concessões feitas no capítulo agrícola com o Mercosul, especialmente em relação às concessões no setor da carne bovina e aves. “A ideia que o acordo veicula é a de que os países europeus estão a oferecer a agricultura, o setor pecuário em particular, como moeda de troca de eventuais interesses em outras áreas industriais” afirmou Idalino Leão, presidente daquela instituição, que alertou ainda para as diferenças nas regras de produção, nas exigências europeias, que colocam os produtores do velho continente numa situação de concorrência desleal e propôs que sejam adotadas medidas que defendam e promovam a produção nacional e, por conseguinte, a segurança alimentar e o bem-estar dos consumidores como por exemplo, as cantinas públicas privilegiarem, na aquisição dos seus produtos agrícolas, variáveis como a rastreabilidade, a sazonalidade e a distância a que são produzidos e consumidos os bens alimentares. Salientando a urgência da criação de medidas que mitiguem as consequências negativas que advirão deste acordo para a pecuária nacional e para os consumidores em geral.

É unânime que o sector da bovinicultura de carne é o mais ameaçado por este acordo. As exigências de produção entre os dois blocos são de tal forma díspares no que respeita às condições higio-sanitárias, bem-estar animal, rastreabilidade e mesmo ao nível dos produtos autorizados na produção, que os bovinicultores europeus não têm condições de competir com os sul-americanos. Este acordo é mais um factor de incerteza e ameaça ao sector que já enfrenta graves problemas com a diminuição do consumo, as pressões dos activistas e as eventuais consequências de um Brexit sem acordo.


10anos

Dia de Campo

Entre 25 e 27 de Outubro terá lugar mais um dia de Campo da Aberdeen-Angus Portugal. Este ano, o dia de campo decorrerá nos Açores, Ilha Terceira, berço da nossa Associação, uma vez que comemoramos o 10º aniversário da Associação. O modelo do dia de campo será em todo semelhante aos anos transactos, com palestras, visita guiada a uma exploração e convívio, sendo enriquecido pelos eventos relacionados com a comemoração do aniversário.
Este evento, Dia de Campo, tem como principal objectivo contribuir para o aumento do conhecimento e da rede de contactos dos seus associados, os produtores. Assim, pretendemos reunir os mais diversos players do mercado para que possa iniciar contactos comercias e/ou prover negócios.

O Dia de Campo tem-se realizado anualmente, em diferentes pontos geográficos, na exploração de um criador experiente para partilhar o seu conhecimento com os restantes criadores.
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Fórum Europeu Angus 2020 – Alemanha

O próximo Fórum Europeu Angus terá lugar na Alemanha entre 10 e 16 de Julho de 2020.

O programa provisório inclui concursos morfológicos da raça, visitas a explorações em várias regiões, apresentações e palestras, bem como um forte programa social. A organização informa que a documentação para o registo de participantes e as informações completas sobre o evento estarão disponíveis até ao fim do corrente ano.

Informação de Mercado

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Carne Controlada Aberdeen-Angus Portugal

Apresentam-se na tabela seguinte os valores relativos à comercialização de carcaças de Carne Controlada Aberdeen-Angus Portugal.
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Actividades da Associação

No último trimestre a Aberdeen-Angus Portugal participou em diversos eventos do sector, com destaque:

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Feira Agrícola Açores’19
12 e 14 de Julho


A Feira Agrícola Açores’19 teve lugar entre 12 e 14 de Julho, no Parque de Exposições da Ilha do Faial e incluiu um concurso de bovinos de carne das raças de carne Simmental-Fleckvieh, Limousine, Charolesa e Aberdeen-Angus, da raça Holstein-Frísia e da raça autóctone Ramo Grande.

O Concurso das Raças Bovinas de Carne decorreu no dia 13 de Julho, tendo as secções 7, 8, 9 e 10 sido destinadas aos animais da raça Aberdeen-Angus. O juiz do concurso foi o Prof. Doutor Nuno Carolino, investigador do INIAVE. Em seguida apresentam-se os resultados:
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EXPOMOR

28 de Agosto e 2 de Setembro


A Aberdeen-Angus Portugal esteve presente na Expomor (que decorreu entre28 de Agosto e 2 de Setembro em Montemor-o-Novo) com exposição de animais e com a realização do II Concurso Ibério da Raça Aberdeen-Angus. Ver Notícia
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SalaMaq’19
5 e 9 de Setembro


A SalaMaq’19, Feria del Sector Agropecuário e 31ª Exposición Internacional de Ganado Puro, de correu entre 5 e 9 de Setembro, tendo a Aberdeen-Angus Portugal marcado presença com stand institucional e exposição de animais. A SalaMaq pautou-se por um intenso programa repleto de concursos pecuários, jornadas técnicas, demonstrações e diversas actividades de carácter lúdico.
Estiveram em exposição cerca de 30 animais oriundos de 5 explorações espanholas aderentes ao Livro Genealógico Português da Raça Aberdeen-Angus:
  • Ibéricos de Peramato, S.L.
  • Campos de Ávila y Segovia Explotaciones Agrícolas y Ganaderas S.L.
  • António Garrido Sogo
  • Luis Alvarez de las Asturias Bohorques Silva
  • Irzcala

Agenda

Outubro

2 a 4 de Outubro – Sommet D’Elevage, Aubière, França
http://www.sommet-elevage.fr/en/home-en/

3 a 9 de Outubro – "ZAFRA -2019" Feria Internacional Ganadera de Zafra
http://www.figzafra.es

24 e 25 de Outubro – I Congresso Ibero Americano de Marcas de Qualidade de Carne e Produtos Cárnicos, Instituto Politécnico de Bragança
http://www.marcarne.org/index.php/congresso-ibero-americano-marcas-qualidade-carne-produtos-carneos/

25 a 27 de Outubro – Dia de Campo Aberdeen-Angus Portugal, Ilha Terceira.

Novembro

8 e 9 de Novembro – XX Jornadas da Associação Portuguesa de Buiatria, Évora
http://www.apbuiatria.pt/


20 a 22 de Novembro – Xlll Congresso da Agricultura dos Açores, Ilha Terceira

Serviços

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Registo de Nascimentos


Registo de Nascimento dos seus animais através do formulário online. Caso tenha alguma dúvida quanto aos documentos necessários, contacte-nos.
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Consulta dados Animais


Consulta de dados de animais (Nome, LG, SAI) diretamente no programa de avaliação genética Breedplan.


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Consulta dados Criadores


Consulta de dados dos criadores em linha pura (Nome, Localização) diretamente no programa de avaliação genética Breedplan.

Já conhece os nossos selos de Qualidade?

A carne controlada Aberdeen-Angus Portugal é a obtida a partir de bovinos puros e/ou cruzados da raça bovina Aberdeen-Angus, mundialmente reconhecida pela excelência da sua carne, explorados no modo extensivo e que com o adequado acabamento produzem uma carcaça com boa distribuição de gordura e infiltração intramuscular obtendo-se um produto distinto com um excelente sabor, sucosidade e elevada tenrura.
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OBJECTIVOS DA ASSOCIAÇÃO

Congregação de Criadores

Congregar os criadores da raça bovina Aberdeen-Angus, nas variedades preta e vermelha, em todo o território Nacional.

Pureza da Raça

Manter a pureza da raça, desenvolvendo ações que tendam a favorecer a melhoria do desempenho zootécnico nos seus aspetos científicos, técnicos e económicos, assim como, da difusão de bons reprodutores com garantias étnicas.

Criação de Bovinos

Fomentar a criação de bovinos da raça Aberdeen-Angus através do apoio na formação de novos núcleos de animais puros.

Formação Técnica

Assegurar o mais elevado nível de formação técnica aos criadores sobre as várias áreas da seleção genética e bovinicultura de carne.

Promoção da Raça

Promover, patrocinar e apoiar eventos que tenham como objetivo a presença de bovinos da raça para concurso, exposição ou comercialização.

Representação dos Associados

Representar os associados e respetivos interesses legítimos em tudo o que se relacione com os presentes estatutos.



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www.aberdeen-angus.pt

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